quinta-feira, 11 de abril de 2013

Background - Por que personagens não são somente números!

Olá meus caros! Tudo bem com vocês?
Hoje venho abordar um tema muito importante para nosso hobby preferido. A história dos personagens que criamos.


O que vem a ser background?
Esse termo em inglês, dentro do jargão RPGístico, significa a pedra fundamental do personagem à ser criado. Ele é a base à partir da qual a criação se desenvolverá. Não seria somente a idéia inicial do conceito do personagem, mas algo mais amplo; com mais detalhes.
Em suma, é a história, as motivações, os desejos e as emoções do personagem. Tudo aquilo que não pode ser mensurado em números na ficha de personagem, mas o que dá o verdadeiro sentido na interpretação do mesmo.

Como fazer um background?
Certo. Um bom background para o personagem é parte importante em um RPG. Diria até que é uma das características fundamentais do Roleplay em si. Mas como fazer esse background?
Vários sistemas têm fórmulas ou dicas próprias para a criação do mesmo; mas na verdade é algo muito simples. Basta ter imaginação e criatividade.
Pense no personagem que você quer criar. O que ele é? Um mago, um guerreiro ou um ladrão? Um soldado espacial ou um bibliotecário especializado em ocultismo? Agora, pense em como e por que ele decidiu ser isso. Aí, nesse ponto, respondendo essas perguntas, você já tem um bom começo para seu background.
 
Depois, acrescente alguns eventos que ocorreram com seu personagem antes dos acontecimentos da campanha. Crie algum parente ou amigo.
Pense, então, em como seu personagem se porta perante às situações que lhe são apresentadas. Ele é tímido ou gosta de ouvir som da própria voz sempre que possível? Ele é bruto ou um romântico invetarado. Faz piadas e é sarcástico, ou é um pessimista nato?
Esse passo é fundamental para interpretar o personagem durante o jogo, que é a base para a diversão em um bom jogo de RPG.
 
Background de grupos.
Nosso hobby é um jogo coletivo. No reunimos com mais 4 ou 5 pessoas para jogarmos durante horas. Essa interação é aspecto fascinante do jogo.
Logo, cada um cria seu próprio herói; porém todos estarão reunidos e trabalharão juntos nas aventuras à sua frente.
A menos que o mestre tenha intenção de fazer os personagens do grupo se encontrarem durante a aventura inicial, é interesante saber como eles se encontraram e formaram o grupo.
Que evento ou situação juntou esses aventureiros em um grupo? Quem se dá bem com quem? Há alguma rixa entre alguns personagens? Por que estão reunidos? Estas são algumas das perguntas pertinentes sobre a criação do grupo.

Meu método.
Muitos acreditam que o background deve ser muito bem formulado e pensado antes da aventura começar. Ora, existem jogadores de Storyteller/Storytelling que criam verdadeiros mini-romances sobre a vida pregressa de seus personagens e os usam como background.
Em minha opinião, isso tira a graça do jogo!
Uma das coisas mais legais em se jogar RPG, além de contar histórias, é ir moldando seu personagem, conhecendo-o progressivamente; e por que não, conhecer o personagem de seus colegas.
Então, eu acredito que o background inicial deve existir sim, mas deve ser algo simples, que sirva para dar uma base, uma direção na interpretação do personagem.
A história do mesmo deve ser criada com o tempo, durante os jogos. Isso faz com que haja um maior apego com os personagens (próprio e de outros jogadores), uma vez que você o está conhecendo gradualmente. Deixa a história e o jogo mais legais.
É só prestar atenção. Em nenhum filme que se preze, a história dos personagens principais é mostrada logo no início para os expectadores. Você vai descobrindo o passado deles ao longo do filme. Tem fatos que são contados até mesmo nas cenas finais!

Logo, quando peço para os jogadores criarem os backgrounds, eu peço que respondam somente as seguintes perguntas:
- Quem seu personagem é?
- O que ele faz?
- Como e por quê ele o faz?
- Tem algum objetivo? Qual?
Então deixo à vontade do jogador se ele quiser criar mais alguma coisa, mas já digo para pensar em coisas simples. 
Dependendo do cenário, algumas perguntas extras devem ser respondidas, mas nada exagerado. Por exemplo: em uma campanha de supers, uma das perguntas deve ser sobre os super-poderes.
No caso do grupo já estar formado, ou seja, dos personagens já se conhecerem previamente, também é importante perguntar como e por quê eles se uniram e continuam juntos.
 
Com isso, já temos um background muito bom. Já sabemos o suficinte dos personagens e do grupo. E com o passar do tempo, mais sobre a história deles vai se desenrolando; deixando espaço para criatividade, interpretação e improviso por parte dos jogadores e do mestre.
A maneira como o jogador interpreta seu personagem dirá como ele se comporta e quais são seus sentimentos; e o jogador deve ser consistente nessa interpretação ao longo do jogo.
Talvez, já na quarta aventura, descobre-se que tal personagem tem uma irmã, que foi capturada por um feiticeiro. Na aventura seguinte, quando são abordados em alto mar por um navio pirata, um dos jogadores tem a idéia de que seu personagem conhece o capitão, pois já trabalhou com ele tempos atrás quando ele também era um pirata. Se o mestre e os outros jogadores acatarem a idéia, temos aí uma nova parte da história do personagem sendo conhecida.
Assim é muito mais divertido!

Um exemplo: se vocês derem uma olhada nos primeiros posts desse blog, coloquei a história de um dos meus personagens, que depois o mestre transformou em vilão, chamado Lorde Aleister (aqui). O background inicial foi somente ele ser um paladino e ter um romance com uma parceira do grupo. Todo resto aconteceu e foi descoberto durante o jogo (e depois, a parte que ele estava no Inferno, foi inventada pelo mestre...hehe).
Ah... e a regra que eu uso e acho que é muito importante. Sempre pense em seu personagem e no background dele ANTES de criar a ficha e distribuir os pontos. Assim fica muito mais coeso e fará muito mais sentido.
 
 
Por hoje fico por aqui.
Um abraço!
 

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