quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Dungeon World - RPG Oldschool com uma pegada nova

Ola, intrépidos companheiros!!!
Antes de mais nada, um Feliz Natal para todos, e espero que o velhinho do saco tenha lhes trazido aquele livro, cenário, miniatura, etc., que vocês estavam cobiçando há tempos.
No meu caso, trouxe sim, o RPG O Um Anel, traduzido pela Devir (mas esse é tema de um outro post...hehehe).
 
Nesta madrugada de quarta para quinta feira, tive a oportunidade de mestrar um RPG muito interessante. O que aconteceu foi o seguinte:
Na época do colégio, quando a vida era mais simples, eu me reunia com mais 5 amigos todo final de semana (e às vezes durante semana também) para jogar RPG. Éramos um grupo. Porém, com o passar do tempo, esse grupo foi minguando. Uns foram embora para fazer faculdade em outro estado, outros não tinham mais tempo entre trabalho, estudos, e respectivas namoradas. Eu mesmo só pensava em descansar depois de trabalho e faculdade, e depois passei muito tempo somente me dedicando ao famigerado Exame da OAB, sem fazer mais nada além de estudar.
Mas, agora todos já estão com as vidas mais ou menos nos trilhos, e da minha parte, consegui até mesmo um tempinho para jogar e para voltar a dar vida à este blog.
Nessa época de fim de ano, coincide os recessos e férias de quase todos nós, e os que estão fora voltam para a cidade natal para passar as festas com as famílias.
Vimos aí, então, a oportunidade de reunir o grupo, mesmo que por apenas um ou dois dias. Ano passado já deu certo, e esse ano conseguimos marcar (eu mais 3 deles) de novo, para essa madrugada.

Pois bem, deixando de lado a nostalgia e o "bla bla bla", esses dias estava pensando no que mestrar. Precisava ser algo rápido, sem enrolação, com espaço para bastante improviso, afinal, só jogaríamos hoje. Ano passado jogamos 3:16 - Carnificina entre as Estrelas; esse ano queria algo mais medieval.
 
Eis que me deparo com esse incrível RPG Dungeon World, que ganhou o prêmio Golden Geek RPG of the year 2012.

 
 
Dungeon World é um RPG com temática Old School, porém tem um conceito inovador. Basicamente, o Mestre não faz nenhuma rolagem. Todas são feitas pelos jogadores. E nos combates, não existe iniciativa, todos reagem à uma determinada ação.
Complicado? Estranho? Nem tanto. O sistema funciona com a idéia de "Movimentos" (moves, no original). Ele traz vários exemplos e alguns pré-definidos, mas é fácil perceber que eles já existem em todo RPG, se pararmos para pensar.
Quer ver? Imgine a situação:
 
- Mestre: Vocês se deparam com uma câmara escura e fria. A porta atrás de vocês se fecha violentamente. Vocês se assustam e olham para trás. Quando voltam-se para frente de novo, vêem 2 esqueletos armados com espadas e escudos levantarem-se do chão. Eles investem contra vocês. Guerreiro, você está na frente, o que faz?
- Guerreiro: Eu bloqueio a espadada de um deles com meu escudo, atacando ele com minha espada.
- Ladrão: Eu estou do lado do guerreiro, certo? Então eu quero pular pra trás e trocar de lugar com o Clérigo atrás de mim para que ele lute com o outro esqueleto.

Pronto! Com algumas jogadas e resoluções, todas feitas pelos jogadores (2d6 + modificadores) e temos o resultado da cena. É até simples, se olharmos bem.
Se falharem (6 ou menos), sofrem dano e não conseguem fazer o que querem (e o mestre tem a oportunidade de fazer outro move, acrescentando perigos e dramaticidade à cena). Se tiverem sucesso parcial (7 à 9), conseguem fazer o que querem, mas surge uma complicação (novamente, abrindo possibilidades de improviso para o mestre). Sendo bem sucedidos (10 ou mais), fazem o que querem sem complicações. 
Além do mais, com esse sistema, há muito mais oportunidades para os personagens interpretarem nos combates, tentando opções que não tentariam em outros sistemas; tornando, assim, as cenas de combate muito mais cinematográficas e emocionantes.
Particularmente, gostei muito desse estilo de combate. A idéia de o monstro atacar, o mestre rolar os dados e comparar com uma CA fixa para ver se acertou ou não já não me cativa mais, quando paro para pensar. É muito mais interessante perguntar aos jogadores o que eles farão, como se defenderão. Surge muito mais brilhantismo e cenas marcantes assim.
Estou até mesmo pensando em um jeito de incorporar esse estilo no meu sistema próprio, do qual falarei mais para frente.
 
Porém, um viés. Para Mestrar esse sistema, deve-se ter um bom conhecimento do que é ser um Mestre. Tem que ter jogo de cintura e sempre responder rápida e satisfatoriamente à improvisos (pois os jogadores pensarão em coisas que você nunca sonharia...hehehe).
Definitivamente, não é um sistema para iniciantes.

Recomendo, e muito, dar uma olhada nesse grande RPG; mesmo que for para somente se inspirar para os combates do sistema que vocês já usam. Para os interessados, ele está sendo vendido em seu formato PDF na DriveThruRPG, somente em inglês. O preço de 10 dólares não está caro, pois vale a pena. Link abaixo:
http://rpg.drivethrustuff.com/product/108028/Dungeon-World

Um grande abraço.
 

sábado, 22 de dezembro de 2012

A Companhia Negra

Olá novamente, caros leitores!

Hoje decidi trazer para vocês a resenha de um livro que li apenas recentemente, mas que não deveria ter demorado tanto para ler.
Este tomo é nada mais nada menos que A Companhia Negra (The Black Company), escrito por Glenn Cook, e traduzido aqui para nós pela editora Record.

 
A capa da esquerda é a versão nacional, e a da direita a original.


Mas vamos ao que interessa:
A história se passa em um mundo de fantasia medieval, com grandes magos e feiticeiros, e guerreiros com suas espadas e arcos. Porém, esta é uma história de dark fantasy, ou seja, esteja preparado para batalhas sangrentas, personagens que vivem sobre a tênue linha do bem e do mal, grandes sacrifícios sem grandes recompensas, e onde o bem nem sempre vence no final.

A Companhia Negra, que dá título ao livro, é um grupo de mercenários consideravelmente famosos nesse mundo, pois já existe há várias gerações, mas encontram-se em decadência. Eis que surge uma oportunidade: eles são contratados pela Dama, uma feiticeira antiga que há tempos imemoriais dominava o mundo com mão de ferro, mas que foi derrotada e agora retorna para tentar subir ao poder novamente (e devo dizer, não perde em quase nada para Sauron).

Aceitando a missão de lutar na guerra por ela, eles acabam passando por diversas situações, tanto mostrando o lado épico das batalhas, quanto o lado humano de seus integrantes. E por tocar no assunto, tanto os integrantes quanto as batalhas são pontos altos no livro.

Os integrantes são humanos, cheios de falhas, mas também de valores, cada um à sua maneira. Não há como não simpatizar com alguns deles, mesmo sabendo de que lado estão.
E quanto às batalhas, bom, devo dizer que não é à toa que capa de trás do livro traz a seguinte frase em negrito: "Tolkien encontra Bernard Cornwell".
Cornwell é o autor de livros como as Crônicas de Arthur e As Crônicas Anglo-Saxônicas. As batalhas são descritas primorosamente, e realisticamente.
Glenn Cook transporta suas experiências como fuzileiro da Marinha Norte Americana, transformando as batalhas que a companhia de mercenários lutam trágicas, porém emocionantes.

O livro é inteiro narrado em primeira pessoa, na voz de um dos integrantes da Companhia, Chagas, o médico da companhia e o responsável por registrar no diário todos os acontecimentos que passam.

Gostei muito do livro. É uma ótima leitura. Começa meio "morno", mas essa introdução serve para conhecer os personagens e se cativar por eles. Mais para o final do livro, não dá vontade de parar de ler até acabar suas 305 páginas.
Esse é só o primeiro livro da série As Crônicas da Companhia Negra (Tales of the Black Company), porém é o único que foi traduzido para o português por enquanto. Em seu país de origem, a série é muito conhecida e respeitada entre as séries de fantasia, mas já encontrou seu término. São 10 livros (sendo que um deles é meio que um spin-off). O primeiro livro foi escrito em 1984, e o último em 2000. Vamos torcer para que a editora Record continue a traduzí-los.
Eu particularmente já estou colocando minhas mãos no segundo e no terceiro volumes: Shadows Linger e The White Rose.
Bom...fica a dica para quem quiser ler uma boa história de fantasia medieval dark. Achei que vale muito à pena.
Um abraço.

 

Há quanto tempo... muito tempo!

Olá amigos aventureiros.
Foi com enorme pesar que abandonei este site há muito tempo atrás, pois não possuía o tempo necessário para atualizá-lo.

Mas agora, depois de quase 03 anos (isso mesmo...03 anos) decidi retomá-lo de onde parei, pois tenho um pouco mais de tempo que antigamente.
Espero conseguir atualizá-lo semanalmente, com assuntos diversos (filmes, livros, RPG, etc...). Quem sabe o que nos aguarda?

Também pretendo postar periodicamente artigos realacionados com meu sitema de regras e de meu cenário de campanha (Campeões de Elderland), ambos em fase de construção. Com isso, torço para que vocês me ajudem, dando dicas, sugestões; me mostrando o que mudar e o que aprimorar.

Um forte abraço a todos, e fiquem por aí, por quê a primeira postagem vem logo em seguida...

Ps: para quem não conhece, a imagem do título do blog é tirada do grande RPG Midnight, onde a idéia principal é, mais ou menos, em uma "Terra Média", se um vilão (parecidíssimo com Sauron) ganhasse a guerra e dominasse grande aprte do mundo... muito bom. Fica a dica para quem não conhece (quem sabe mais apra frente eu faço uma resenah sobre ele...hehehe).